Levantando-se do chão, Marius continua surpreso. Aquela garota parecia ter vindo da praia, como poderia ser uma das pessoas mais importantes do mundo se seu senso de humor parecia nunca ter fim? Bom, era uma das pessoas que procuravam e teriam que aceitar. Luna a fitava com seriedade.
– Como é ter esse colar e caminhar como se nada estivesse acontecendo e como se não tivesse responsabilidade alguma?
– Isso aqui nada mais é do que um colar com poderes... – ela fez um movimento com a mão e os galhos grossos do que parecia ser uma planta rasteira se recolheram. – Um colar com poderes extraordinários. – e sorriu.
– Ter a Joia da Natureza não te fez reconhecer algo? – Luna replicou. – E por falar nisso, como foi que você o encontrou?
– Calma, eu explicarei tudo. – reparou que Marius a olhava por um tempo. – Sim garoto, eu estava na praia, mais precisamente em um lago. Ou vocês acharam que eu sou esse tipo de garota?
A jovem gargalhou alto por alguns minutos enquanto recebia olhares curiosos dos outros dois. E então Marius sorriu o que fez Luna se retrair ainda mais.
– O que foi? – ele perguntou. – Temos que admitir que a garota apareceu com estilo.
Maya viu aquilo e continuou sorrindo, e apontou uma trilha que ela mesma tinha feito surgir com os comandos para os seres daquele bosque.
– Me sigam, irei levá-los para a minha casa.
Os três caminharam por aproximadamente 10 minutos, Marius aproveitava para observar aquele bosque dar lugar a uma imensa floresta e começou a fazer perguntas. Luna apenas observava ao seu redor, ela havia ficado de fora do planeta há muito tempo, agora podia ver várias coisas novas e outras que nunca mudam, mas que se transformam. Ela teve a sorte de ver algumas flores desabrocharem e alguns animais pequenos construindo suas casas. O canto dos pássaros era ouvido por todos os lados e o silêncio era algo inexplicável de tão bom.
– Então é você que dá um jeito de amedrontar os caçadores quando eles jogam lixo na floresta? – Marius falava.
– Essa parte é até divertida. Quando o lixo volta na cara deles... Nossa você tem que ver! – ela responde. – Quando surgem com objetos perigosos as coisas somem que nem percebem. Tenho que admitir, quando vi um brilho verde em uma caverna a minha vida mudou completamente.
– Então você a encontrou em uma caverna?
Eles já haviam chegado. Estavam em frente a uma enorme árvore, parecia ser muito antiga e ao mesmo tempo muito firme, tanto que aguentava uma estrutura que lembrava uma casa montada entre suas copas, era algo muito bonito de se ver, parecia o sonho de uma criança realizado. Maya e os outros subiram uma escada feita com troncos de madeira, enquanto concluíam a subida ela continuava falando.
– Foi, e tudo mudou...
Chegaram e a jovem abriu a porta. A vista 20 metros acima do chão era algo impecável, os dois não conseguiam explicar o que sentiam, ambos foram até uma janela e ficaram contemplando a visão por alguns segundos. Dali viram a praia que a jovem havia falado, avistaram também um lago distante e um dia espetacular. O melhor estava por vir, era o momento quando o Sol se punha. Ao término dos segundos, Luna voltou ao assunto.
– Bom, e como foi que o encontrou?
Ela sentou-se em uma cadeira, e fez sinal para os outros o fazerem.
– Quando eu tinha aproximadamente 5 anos estava caminhando por um lugar perto daqui, estava com meu pai e tínhamos ido a um lago perto daqui. Enquanto ele ficou por lá eu fui explorar os arredores, então encontrei a caverna, caminhei e caminhei cada vez mais a fundo, até que avistei um brilho verde e o segui. – ela deu uma pausa, bebeu água e ofereceu aos outros. – Encontrei um colar com uma pedra verde brilhante. – segurou o mesmo. – E então o coloquei no pescoço, daí...
– Mergulhou em algo como um sono que te mostrou diversas imagens sobre o colar... – Marius havia interrompido. – Isso aconteceu comigo também.
– Então se vocês sabem os segredos dos colares, todos os outros sabem. E algo muito ruim pode acontecer... – Luna falou.
– Por que? – perguntou Maya.
– As Joias Cósmicas, como a minha Joia da Lua têm um poder de atração sobre as outras pedras inferiores a nós. No caso da Terra, vocês. O cara que me atacou conseguiu roubar minha pedra.
– Êpa! – Maya levanta a mão em sinal de pausa. – Cara que te atacou?
– Sim, ainda te explicarei e que sirva de alerta. – ela continua. – Se esse cara, Blake, conseguir ter acesso aos grandes poderes, ele poderá atrair cada um de vocês para uma armadilha e roubá-los, ou pior, pode matar cada um de vocês. – E de onde ele é? Quando surgiu e por que te atacou? – a dona da Joia da Natureza possuía muitas perguntas a fazer. Seu pingente começou a vibrar, ela própria havia começado a sentir uma sensação de perigo. – Blake surgiu quando eu estava a contemplar a Lua há uns dois dias atrás. Ele me atacou e conseguiu me ferir mortalmente com sua espada e seus poderes obscuros que parecem ter transcendido o tempo e ampliados de um modo terrível. Ele é a Escuridão, um dos elementos malignos que afetam a vida no universo, está escondido nos rancores de todos e pode se aproveitar de seus medos e pensamentos ruins para ganhar ainda mais poder. Ainda não sei quais são seus objetivos verdadeiros, mas não descansarei até encontrar um meio de detê-lo.
– Não se preocupe, estaremos aqui para te ajudar. – Marius falou, recebendo um olhar malicioso de Maya, que havia entendido a jogada do rapaz. – Quê que foi?
– Nada... Não aconteceu absolutamente nada. – disse a jovem sarcasticamente levantando as mãos para cima em posição de rendição. Em seguida riu levemente.
– Bem. – Luna interrompeu. – Estou indo ensinar a esse jovem aqui como voar... Está interessada, Maya?
A garota da floresta nunca havia imaginado que uma oportunidade dessas havia entrado em sua vida. Era uma das coisas que ela mais queria fazer no mundo um dia. Seus olhos verdes da cor de uma esmeralda simplesmente brilharam enquanto ela dizia.
– Eu vou aprender a... Voar?! Mas claro que sim!
Os três se entreolharam e saíram correndo descendo o tronco e indo em direção a um campo aberto.
Não suspeitavam que o inimigo estivesse bem próximo dali. Blake observa do céu enquanto Marius e Maya correm alegre, observa também que Luna foi a única que diminuiu o ritmo e prestou mais atenção ao clima do ambiente. Sentiu o ímpeto de atacá-la, mas mudou de ideia ao avistar dois caçadores por perto, e então pensou consigo mesmo que seria uma ótima ideia colocar fogo na floresta. Com um sorriso, ele desce em direção aos dois homens que conversavam alegremente e se calaram ao ver aquela figura descer dos céus.
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