CONSEQUÊNCIAS-II

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O Preço de sua ganância é seu filho e sua filha.

Blood Water-Grandson

Isaac Mendonça

-Você precisa entender que suas ações têm consequências. Já Perdi as contas de quantas vezes você bateu no Cauan. Agora, tanto você quanto ele podem enfrentar punições severas, e você já sabe que agressão não resolve o problema – a diretora diz irritada comigo.

Eu cruzei os braços, porque,obviamente, não estou nem um pouco interessado no discurso falso dela. Perdi as contas de quanta vezes eu Revirei os olhos enquanto ela falava sobre como eu bati no Cauan. Mais Eu não consigo evitar Um sorriso sarcástico quando ela fala que eu quebrei um dente dele.

Espero que seja o da frente.

Me recostei na cadeira, relaxado, como se nada daquilo tivesse importância. Fiz um gesto de 'tanto faz' com a mão quando ela disse que a vida não é assim. A verdade é que eu sei que ela só quer receber o dinheiro dos alunos e que se foda os bolsista.

Eles não pagam o salário dela.

-Se você acha que uma conversa vai resolver tudo, quem sou eu para discordar hum?-Indago com um sorriso e ela bufar irritada.

-Isaac, eu entendo que você pode não levar isso a sério, mas não estou aqui para fazer um show-Ela se inclina ligeiramente para frente, olhando nos meus olhos-Suas ações têm consequências, e é minha responsabilidade garantir um ambiente seguro para todos os alunos!-acabo rindo de sua última fala.

Enquanto eu estava ali, na sala da diretora ouvindo o discurso decorado dela, Eu me lembrei de quando vi o Cauan falando mal daquela garota na frente de todos no refeitório. A situação me deixou furioso. A imagem dela na minha cabeça era clara: uma menina que não merecia aquilo.

Eu a vi saindo do refeitório. O Cauan, com seu jeito nojento, decidiu segui-la. Eu não podia ficar parado. A lembrança de como meu sangue ferveu me trouxe de volta àquele momento. Ele estava assediando ela, falando coisas que não se deve dizer a ninguém.

-Tá, diretora! Liga logo pro meu pai e diz pra ele passar uma quantia de dinheiro. Poupe o seu tempo e o meu. Eu bati sim no Garcia, e quando ele vacilar com aquela menina ou com qualquer outra, vou bater de novo, pode ser em qualquer lugar!-

-Isaac, sua rebeldia não vai te levar a lugar nenhum – ela responde, cruzando os braços. Encosto a cabeça na cadeira e suspiro alto. Pelo visto, o sermão dessa vez vai ser grande, Mas eu realmente não dou a mínima. Eu bati nele e bateria de novo; A Docinho precisava de mim. Docinho... rio ao lembrar do apelido que já dei a ela. Docinho porque ela tem um feição doce.

Depois de ouvir o longo sermão da diretora e ver a cara quebrada do Cauan, acompanho minha mãe  irritada até seu carro. Ouço ela dizer: "Em casa a gente conversa, Isaac." Antes da porta do carro se fechar e ela ir embora. Volto pra minha última aula que por acaso é química,e me sento no meio de Eduardo e Yuri.

-Iaí, cara, como foi? –Eduardo pergunta assim que me sento.

-Ganhei uma advertência. Dona Fernanda mandou meu pai pagar uma quantia pra escola e os medicamentos do Cauan... e isso o mesmo de sempre-dou de ombros.

-Sua mãe ficou brava, né?-Yuri indagar se divertindo.

-Sim, ela ficou putassa, mas sabe como é... coisas da vida – digo, tentando desviar do assunto. e Eduardo ri.

-Sua irmã faltou no melhor dia...Quando a gata da sua irmã não vem essa escola fica um tédio-Ignoro o comentário do Yuri em relação minha irmã mais nova Ísis.

— Ah, tá pensando na Ísis agora? Porque você quase beijou a novata! — diz Eduardo, e eu olho surpreso pra Yuri.

— Como é? — indago, e ele ri.

— Cala a boca Eduardo você também achou ela bonita, Você não pode falar de mim quando você é um galinha! E por isso que não deixo você namorar a Lívia-ele argumenta me ignorando.

-Galinha é Você, alienígena estranho!-Eduardo rebate.

-Você ia beijar a garota?-indago de novo.

-Eu só tava me divertindo. Parece uma menina muito ingênua — ele diz. — Ela me olhou com certo fascínio e quando eu dei atenção, rapidamente o seu olhar mudou para um certo nervosismo que estava quase virando medo-ele diz dando de ombro.

— Claro, idiota! Ela tinha acabado de ser assediada e não tava esperando que um pica-pau louco ia dar em cima dela!-Eduardo esbraveja e eu rio, e até Yuri, que odeia quando a gente chama ele de pica-pau, ri também.

— Ela é gostosa, cara! E já que a Ísis é área proibida, quem sabe não role algo— Yuri diz, colocando o braço por cima do meu pescoço.

— Sei não — Dudu diz. — Ela tava mais interessada no Isaac. — Eu o olho surpreso e ele me lança uma piscada.

— Ah é? Por quê você achar isso?— tento não demonstrar minha curiosidade.

— Disfarça mais, cara! — Yuri diz rindo e então aponta o dedo pra Letícia (uma ficante amiga minha). — Já chegou rumores pra ela que você tá afim da novata. Ela tá puta com você!-

-Se ela estiver com raiva que se dane! Eu vi o que o otário do Garcia fez com aquela garota, Foi ridículo! Eu não podia simplesmente sair e não fazer nada!-argumento vendo a folha de exercício a minha frente-E Letícia sabe bem como é ser assediada,ela devia era mostrar um pouco de empatia-

-Eu sei, ele acabou com ela no refeitório -Dudu diz, nos lembrando da cena.

-Não foi só aquilo, cara! Ele bateu na bunda dela! – digo indginado e Vejo Eduardo e Yuri rir.

-E você ficou com inveja, foi? – Yuri pergunta, com um sorriso travesso. Eu olho sério pra ele.

-Caralho, tu tem problema mental ou algo assim? – respondo, tentando conter a irritação.

-Eu só tava brincando Isa! Se acalma! – ele diz, rindo.

-Vai se ferrar, Yuri! Vai brincar com aquela banguela da tua avó! – digo, tentando mudar de assunto.

-Ei meu avô gosta que ela seja banguela! – ele ri e empurra de leve meu ombro-O porque você já deve imaginar né?-

Nos três rimos, mas logo paramos quando o professor pigarreia.

-Senhor Mendonça,senhor Galvão e Senhor Soares,se querem ficar de gracinha, recomendo que saiam da minha aula – ele diz com a voz firme.

-Desculpa, professor. Não vai se repetir – Eduardo responde rapidamente. O professor volta a explicar a matéria, mas a tensão na sala é palpável.

A aula segue e eu olho pra Eduardo, que ainda está tentando segurar o riso. É difícil não rir também; apesar dos problemas, momentos como esse são os que tornam tudo mais suportável.

Quando já estou recolhendo meu material, Letícia vem até mim e diz que quer conversar. Eduardo percebendo que essa conversa vai ser tediosa;diz que já vai assim como Yuri,Assinto para eles e então eles se vão deixando eu e Letícia a sós.

-O que foi? – encaro Letícia após jogar minha mochila nas costas.

-Qual é o lance com a pirralha novata? – ela pergunta, com um olhar curioso.

-Primeiro, eu não sei do que você tá falando; e segundo, eu não te devo explicações – respondo, tentando manter a calma-A gente só fica de vez em quando!-

-Tá interessando nela? – ela insiste, com uma expressão provocativa-Sério Isaac? Uma apagadinha do segundo ano?-

-Caramba, Letícia! – passo as mãos pelo cabelo, frustrado. – Você tá sendo chata. Eu nem conheço a menina! Só vi o mesmo que você no refeitório e depois a vi sendo assediada no corredor. Então bati no Garcia e defendi ela-ela revira os olhos-Você não reclamou quando eu defendi você!-

-Tá bom Isaac,E só isso? Não rola nada com a novata né?– ela cruza os braços e faz um beicinho, como se estivesse decepcionada.

-E só isso! E para de dar showzinho! Já falei,A gente só fica; não existe um relacionamento entre nós-

-Assim você me magoa – ela faz uma cara de coitada e eu não consigo segurar o deboche.

-Para de ser falsa! Você dorme com o time de futebol inteiro; não vem bancar a inocente cheia de
sentimentos comigo! – me afasto dela e caminho em direção ao estacionamento.

Enquanto ando, sinto uma mistura de raiva e frustração. Por que é tão difícil ser honesto sem que as coisas fiquem tão complicadas?

Letícia e eu somos amigos há dois anos, Tá certo que a gente ficar de vez em quando mais, e só isso!

Destravo minha Mercedes branca e então ouço um "espera". Olho para trás e vejo a novata se aproximando de mim correndo.

-Oi – ela diz, bem cansada.

-Oi – respondo, tentando não transparecer nenhuma reação.

-Eu quero falar com você-

-Fala rápido, então, por favor, porque eu tô um pouco apressado-digo após ver a mensagem do meu pai pedido para eu encontrá-lo.

-Não se preocupe, eu não vou tomar muito do seu tempo. Só preciso de um minuto – ela ainda respira com dificuldade.

-Certo, vou cronometrar – digo colocando um minuto no celular, e ela me olha surpresa. Acabo rindo da situação.

Eu já tinha notado que ela era muito bonita, mas agora,analisando melhor... Céus, ela é gata pra caralho!

-Olha, eu só quero te agradecer. Você foi muito corajoso; se prejudicou por minha causa. Eu sou muito grata por isso, pode ter certeza-

-Eu só fiz o que qualquer outro no meu lugar faria-ela negar e dar um sorriso tímido.

-Eu não acredito muito nisso, mas ok. De qualquer forma, obrigada. Que Deus te abençoe sempre-

O jeito doce dela de falar me tocou de alguma forma; fez eu perceber que há algo mais belo nela do que apenas a aparência física.

-Eu preciso ir. Se precisar de ajuda, é só falar comigo. – Enquanto me afasto, não consigo evitar olhar para ela mais uma vez.

Ela tem uma energia pacífica e acolhedora, algo raro e precioso. Me sinto mal por tudo o que ela passou e pela dor que deve ter sentido

-Tudo bem, falo sim – assinto, e então entro no meu carro e dou partida. Em seguida, dirijo em direção à delegacia para encontrar meu pai, Enquanto dirijo não consigo evitar um sorriso involuntário.

A imagem dela ainda dançava na minha mente. A maneira como seus cabelos se moviam levemente com a brisa, a forma como seus olhos brilhavam com sinceridade... Era impossível não notar. Ela não era apenas bonita; havia algo mais profundo ali, uma essência que me cativava.

Eu pensava na coragem que ela demonstrou ao se aproximar de mim, mesmo ofegante e vulnerável. Havia uma força silenciosa em sua fragilidade, um contraste que me intrigava. Naquele momento, senti uma atração que vai além do físico. Era como se suas palavras tivessem ressoado dentro de mim, despertando um desejo de conhecê-la verdadeiramente.

Estaciono minha Mercedes em frente à delegacia, o motor ainda roncando enquanto eu respiro fundo, tentando me preparar para o que vem a seguir. Com um movimento decidido, entro no prédio e sigo em direção à sala do meu pai, o Delegado Mendonça.
Bato na porta e, após receber sua permissão, entro.

-O que você queria que não podia falar por celular? -indago curioso,Ele normalmente só me ligar ou manda um áudio.

Ele acena para eu sentar, e me jogo na cadeira à sua frente, cruzando os braços em um gesto de resistência.

— Oi, filho. Como vai sua mãe? — ele pergunta de forma casual, como se não houvesse nada de errado entre nós.

— Bem melhor depois que você saiu de casa. E como está a sua corna? — A provocação sai quase sem pensar, mas é impossível não cutucar.

— Respeite a Bianca. — Ele revira os olhos, claramente irritado e eu rio. — Outra briga?-ele indaga com um sorriso sarcástico e dessa vez que revirar os olhos só eu-Me dar vergonha quando você diz que quer ser um delegado igual eu, E tem esse comportamento-

-Igual a você não,Melhor que você !-digo e ele rir-Fala de uma vez oque você quer eu sei que não me chamou aqui pra falar da escola!-ele assente.

-Te chamei aqui porque hoje vai ter um jantar com um grupo de advogados e as famílias deles, e quero que você me acompanhe. Sua irmã vai ao cinema com sua mãe; Eu queria que ambos estivessem presentes-

— Não quero ir. — A resposta sai rápida, quase automática. A ideia de passar mais uma noite cercado por conversas forçadas e sorrisos falsos me desagrada profundamente.

— Não te perguntei o que você quer. Coloque um terno e fique pronto,Eu vou te buscar às sete e quinze. E ver se você não se atrasa! — Ele finaliza com um tom autoritário que não admite contestação.

Dou uma risada incrédula, balançando a cabeça em descrença diante da sua insistência.

— Tá bom, Delegado-levanto as mãos em sinal de rendimento-Esse jantar é pra que?-

Enquanto ele fala sobre o jantar, sinto uma mistura de frustração e resignação. O jantar promete ser um tédio. Além disso, há algo em seu olhar que me faz perceber que ele realmente precisa da minha presença hoje à noite.

Quando finalmente chego em casa, vejo Ísis estirada no sofá da sala, com um sorriso travesso no rosto.

— E aí, encrenca! — ela diz, rindo.

— Cala a boca, você é uma falsa. Sério, inventou a desculpa de um cinema pra ele? — retruco, cruzando os braços em descontentamento.

— Pois é! Um "Girls Night" de última hora, pra desestressar a mamãe que você irritou — responde com um tom debochado.

— Porra, eu só defendi a menina! Você nem estava lá pra saber! — digo, sentindo a frustração subir.
Ela ri novamente, como se minha indignação fosse uma piada-Você é uma atoa, que não foi pra aula hoje porque passou a noite vendo a coleção de 365 dias com a Livia-

-Vai se danar, já mandei você parar de entrar na minha conta!-ela esbraveja.

-Sua Safada!-provoco.

— Já estão brigando? — minha mãe aparece na sala com um olhar curioso.

— Eu não quero ir no jantar, mãe! — reclamo, tentando esconder a irritação na voz.

— Considere como seu castigo. — Ela se senta próxima à Ísis, que ri da situação— Agora me conte sobre a briga — minha mãe pede, muito interessada é seria.

— O Garcia estava assediando uma bolsista novata. Eu a defendi; só isso. — Falo com firmeza, mas sinto que minha voz não transmite toda a indignação que eu gostaria.

Minha mãe sabe que vários bolsistas sofrem bullying naquela escola ridícula.

Que homem! Caraca além de gostoso e um herói — minha irmã imita uma voz fina e exagerada, provocando risadas na minha mãe enquanto eu permaneço sério, sem achar graça nenhuma.

— Isaac, vai tomar banho e descansar para ir nesse jantar. — A ordem dela é clara e direta-E esse mês você não vai sair,nada de festinha ou de ir pra casa do Dudu-

Não digo nada; apenas subo para o meu quarto, sentindo a pressão aumentar no peito.
Chegando nele, me jogo na cama após tirar a roupa e ficar só de cueca. Coloco o despertador para tocar às três da tarde. De tanta raiva que já passei hoje, decido nem almoçar e logo pego no sono. Enquanto fecho os olhos, imagino como seria bom se as coisas fossem diferentes; se esse jantar não existisse e se eu pudesse simplesmente ser eu mesmo por um tempo.

O alarme toca e, ao olhar para meu celular, vejo que já são quase cinco horas. Com uma mistura de raiva e pressa, vou para o banheiro soltando vários palavrões. Após tomar um banho revigorante e lavar meu cabelo, pego o secador e começo a secá-lo.

Entro no meu closet e escolho um dos meus ternos, combinando com um sapato que sempre me faz sentir confiante. Depois de vestido, me perfumo com um toque de colônia que gosto. Ao olhar para o horário, percebo que já são sete horas.l

Pego um relógio como acessório e meu celular antes de descer as escadas. Ao chegar na sala, vejo meu pai conversando animadamente com minha mãe e minha irmã que estão bem entediadas.

— Que milagre, você não se atrasou! — ele diz provocativamente, com um sorriso no rosto.
Minha mãe se levanta e vem até mim, colocando as mãos em meu peito.

— Você tá lindo! Se comporte, por favor, e não dê atenção às provocações do seu pai. Você consegue, ok? — Ela me olha nos olhos com uma expressão de incentivo, antes de dar um beijo na minha cabeça.

-Combinado mãe-beijo sua bochecha.

— Tchau, rata! — digo, batendo levemente na cabeça da Ísis. Ela revida fazendo um gesto obsceno com o dedo.

— Educação péssima a de vocês! — meu pai comenta com um tom sarcástico.

— A sua opinião pra mim é igual a zero; mais zero não resulta em nada! — retruco enquanto saímos de casa. A energia entre nós é uma mistura de deboche e provocação.

Entramos no carro e meu pai começa a dirigir em direção ao restaurante. Enquanto ele fala sobre o dia dele, olho pela janela pensando sobre como será essa noite. Espero que tudo corra bem e que eu consiga relaxar um pouco nesse jantar.


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