quarenta e três

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16:32

Era Louis. O que diabos esse menino estava fazendo aqui.

- É a sua mãe. - respondo no automático.

- Minha mãe me abandonou quando eu tinha oito anos, então, você está certa. Droga, odeio admitir isso.

- Bom, a minha não fez diferente. Tá fazendo o que aqui? - pergunto.

- Estava passeando e senti um cheiro muito ruim, aí eu segui o fedor e cheguei em você. - ele diz sorridente, com o mesmo sorriso da primeira vez que eu o vi.

- Que engraçado. - digo seca.

- E você? marcou um encontro e o cara não apareceu? - ele pergunta, já se sentando na cadeira onde minha mãe estava.

- Estava com a minha mãe, mas ela saiu e me deixou dinheiro. Me sinto como se estivesse voltando no tempo, e tivesse nove anos de novo. - digo, enchendo a boca de açaí.

- Poxa, que ruim. Sinto muito. - ele põe sua mão na minha e faz um carinho, demonstrando... apoio?

Louis também foi deixado por sua mãe, mas o diferente é que ela não visitava ele em feriados, muito menos mandava um feliz aniversário. Ele me entendia.

- Obrigada. Quer açaí? - ofereço.

- Achei que não ia perguntar. - ele sorri e pega uma colher limpa da mesa.

- Sabe, esse açaí me lembrou você. - digo.

- Que fofa. Pensa em mim o tempo todo. É porque queria estar me comendo ao invés dessa bomba com granola? - ele diz brincalhão, me arrancando um sorriso.

- Não, é que eu achei um morango podre nele, igual você! - brinco e ele dá risada.

- Sei que esse é o seu jeito de falar que me ama.

- Confia, Louis.

E fica um silêncio desconfortável.

- Então... eu queria saber se a gente podia voltar a ficar de bem, sabe? Acabei sentindo falta das nossas ligações de madrugada e de ver bake off com você. - digo.

- Eu também. Sabe, a gente só brigou porque eu queria te chamar pra entrar na mudslide. Aí eu descobri que você estava na banda rival, e meio que, sentei na graxa, se você me entende.

- Entendo. Bom, aminimigos de novo? - proponho.

- Claro! Mas eu ainda vou poder tentar sabotar seus shows?

- Só se eu puder sabotar os seus.

- Fechado. Vai fazer algo mais tarde? - ele pergunta.

- Não. Eu planejava ficar com a minha mãe, mas ela me deixou e minha avó vai passar a semana na casa da minha tia, elas estão na praia agora. E você?

- Também não. A Stacy, minha avó e minha tia foram viajar para São Francisco, me deixaram ficar por causa do show, e porque eu odeio viajar. Fico enjoado.

- Que bobinho.

- Para! - ele fala como uma criança. - Então, eu estava pensando, já que nós dois não temos nada pra fazer, e estamos sozinhos nesse mundo cruel, podíamos sair?

- Eu odiaria! Vamos pra onde? - enfio uma colherada de açaí na boca, tentando terminar mais rápido. Aquele copo era enorme.

- Qualquer lugar. E você tá suja. - ele ri, e eu fico constrangida.

- Onde?

- Aqui. - ele passa o dedo no canto da minha boca, e eu sinto meu estômago se encher de borboletas.

- Obrigada. - agradeço tímida. - Vamos?

- Vamos!

Pago o açaí e saímos dali, eu estava feliz por ter me reconciliado com ele, de verdade, senti muita falta de sua companhia.

Enquanto andávamos por aí, sem rumo nenhum, lembro que o halloween é amanhã, e que tinha um festival de halloween em um parque temático da universal. Eu amo Los angeles.

- Louis! Já sei onde a gente vai.

- Onde?

- Parque de terror, é tipo um parque de diversões, só que os brinquedos são aterrorizantes e mais tarde vai ter maratona de filmes clássicos. Vamo?

- Vamo! Você sabe onde é?

- Sim, é pertinho, dá pra ir caminhando!

- Então vamos!

Pego em sua mão e o puxo, ficamos correndo como duas crianças por alguns minutos, até cansarmos.

- Qual foi? Cansou? - ele indaga, sorrindo.

- Cansei. Não tenho fôlego pra correr por doze quadras.

- Doze? Você disse que era pertinho! - ele diz

- Pra gente chegar lá perto do pôr do sol! E assistir da roda gigante!

- Que fofo isso, agora fiquei motivado. Sobe, eu te carrego. - ele se vira de costas e eu pulo, prendendo as pernas em sua cintura.

- Meu burro de carga particular.

- Boba.


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