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Era Louis. O que diabos esse menino estava fazendo aqui.
- É a sua mãe. - respondo no automático.
- Minha mãe me abandonou quando eu tinha oito anos, então, você está certa. Droga, odeio admitir isso.
- Bom, a minha não fez diferente. Tá fazendo o que aqui? - pergunto.
- Estava passeando e senti um cheiro muito ruim, aí eu segui o fedor e cheguei em você. - ele diz sorridente, com o mesmo sorriso da primeira vez que eu o vi.
- Que engraçado. - digo seca.
- E você? marcou um encontro e o cara não apareceu? - ele pergunta, já se sentando na cadeira onde minha mãe estava.
- Estava com a minha mãe, mas ela saiu e me deixou dinheiro. Me sinto como se estivesse voltando no tempo, e tivesse nove anos de novo. - digo, enchendo a boca de açaí.
- Poxa, que ruim. Sinto muito. - ele põe sua mão na minha e faz um carinho, demonstrando... apoio?
Louis também foi deixado por sua mãe, mas o diferente é que ela não visitava ele em feriados, muito menos mandava um feliz aniversário. Ele me entendia.
- Obrigada. Quer açaí? - ofereço.
- Achei que não ia perguntar. - ele sorri e pega uma colher limpa da mesa.
- Sabe, esse açaí me lembrou você. - digo.
- Que fofa. Pensa em mim o tempo todo. É porque queria estar me comendo ao invés dessa bomba com granola? - ele diz brincalhão, me arrancando um sorriso.
- Não, é que eu achei um morango podre nele, igual você! - brinco e ele dá risada.
- Sei que esse é o seu jeito de falar que me ama.
- Confia, Louis.
E fica um silêncio desconfortável.
- Então... eu queria saber se a gente podia voltar a ficar de bem, sabe? Acabei sentindo falta das nossas ligações de madrugada e de ver bake off com você. - digo.
- Eu também. Sabe, a gente só brigou porque eu queria te chamar pra entrar na mudslide. Aí eu descobri que você estava na banda rival, e meio que, sentei na graxa, se você me entende.
- Entendo. Bom, aminimigos de novo? - proponho.
- Claro! Mas eu ainda vou poder tentar sabotar seus shows?
- Só se eu puder sabotar os seus.
- Fechado. Vai fazer algo mais tarde? - ele pergunta.
- Não. Eu planejava ficar com a minha mãe, mas ela me deixou e minha avó vai passar a semana na casa da minha tia, elas estão na praia agora. E você?
- Também não. A Stacy, minha avó e minha tia foram viajar para São Francisco, me deixaram ficar por causa do show, e porque eu odeio viajar. Fico enjoado.
- Que bobinho.
- Para! - ele fala como uma criança. - Então, eu estava pensando, já que nós dois não temos nada pra fazer, e estamos sozinhos nesse mundo cruel, podíamos sair?
- Eu odiaria! Vamos pra onde? - enfio uma colherada de açaí na boca, tentando terminar mais rápido. Aquele copo era enorme.
- Qualquer lugar. E você tá suja. - ele ri, e eu fico constrangida.
- Onde?
- Aqui. - ele passa o dedo no canto da minha boca, e eu sinto meu estômago se encher de borboletas.
- Obrigada. - agradeço tímida. - Vamos?
- Vamos!
Pago o açaí e saímos dali, eu estava feliz por ter me reconciliado com ele, de verdade, senti muita falta de sua companhia.
Enquanto andávamos por aí, sem rumo nenhum, lembro que o halloween é amanhã, e que tinha um festival de halloween em um parque temático da universal. Eu amo Los angeles.
- Louis! Já sei onde a gente vai.
- Onde?
- Parque de terror, é tipo um parque de diversões, só que os brinquedos são aterrorizantes e mais tarde vai ter maratona de filmes clássicos. Vamo?
- Vamo! Você sabe onde é?
- Sim, é pertinho, dá pra ir caminhando!
- Então vamos!
Pego em sua mão e o puxo, ficamos correndo como duas crianças por alguns minutos, até cansarmos.
- Qual foi? Cansou? - ele indaga, sorrindo.
- Cansei. Não tenho fôlego pra correr por doze quadras.
- Doze? Você disse que era pertinho! - ele diz
- Pra gente chegar lá perto do pôr do sol! E assistir da roda gigante!
- Que fofo isso, agora fiquei motivado. Sobe, eu te carrego. - ele se vira de costas e eu pulo, prendendo as pernas em sua cintura.
- Meu burro de carga particular.
- Boba.
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